Autoria: (Lene Valente, 2014)
É com grande satisfação
Que aqui vou relatar
Um pouco das histórias
Lendárias do meu lugar
Que por muito tempo mexeu
Com o imaginário popular
Hoje muitas coisas
Os homens modificaram
E essas bonitas histórias
Pra contar ficaram
Gravadas na memória
Daqueles que apreciaram.
Deste lugar eu tenho
Muito o que falar
Foram tantas as histórias
Que eu ouvia contar
E muitas delas
Eu me atrevo a relatar.
Rio Maiauatá
É de quem estou falando
É na cultura lendária de lá
Que já vou mergulhando
E no imaginário Amazônico
Rapidamente vou viajando
Vou começar pela lenda
Da cobra encantada
Que muitas noites foi
Por minha avó contada
E que eu ouvia
E ficava admirada.
A cobra já estava grande
E precisava desencantar
Mas era preciso ter coragem
Para os desafios encarar
Porque se tudo desse errado
Seu encanto ia redobrar
Mas tinha tambem a lenda
Da matinta pereira
Que por lá passava
Toda sexta feira
Com o seu forte assovio
Deixando aquela zuadeira.
E para descobrir a pessoa
Que a matinta vinha ser
Uma cachimbada de tabaco
Era só oferecer
Que no dia seguinte
A revelação vinha acontecer
Muito se falava
Da lenda do lobisomem
Que quando vinha
Sempre estava com fome
A noite era bicho
E de dia voltava a ser homem
Do boto namorador
Eu ouvi muita gente falar
Que a sua preferencia era
As mulheres do lar
Ele deixava o marido sair
E subia pra namorar,
A iara tambem era
Uma moça encantadora
Que seduzia os rapazes
De uma forma dominadora
E muito se comentava
Sobre sua beleza sedutora.
Isto é um pouco
Das lendas do meu lugar
Que por muito tempo fez parte
Da crença popular
E que aos pouco foi se perdendo
E deixada pra lá
Os nossos avós
Até tentaram preservar
Essa cultura lendária
Que hoje não se vê falar
Pois a tecnologia chegou
E roubou o seu lugar
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