segunda-feira, 25 de maio de 2020

O LUGAR ONDE VIVO


Autoria: Lene Valente (2012)

O lugar onde vivo a presença
Da natureza é constante
É patrimônio construído por Deus
Com uma beleza exuberante
É rico em fauna e flora
É tudo muito deslumbrante


É a mais bela paisagem que
Temos como herança
Para mim não existe outra
Com a mesma semelhança
É um tesouro que levo comigo
Bem guardado na lembrança


É um lugar
De muita riqueza natural
Tem água em abundancia
Esse fato é real
Que para cada um de nós
Tem uma importância especial


Fauna e flora têm várias
Espécie existente
E por isso sempre lutemos
Para preservar este ambiente
Que para o nosso sustento
Cada dia produz o suficiente


Mas há também uma relação desonesta
Entre o homem e a natureza
O homem colhe, desmata
E de plantar não tem a gentileza
Esse gesto pode comprometer
No futuro a sua Beleza


A natureza produz
O alimento para o homem
Mas se só tirar e não repor
Com o tempo os recursos somem
E isso prejudicará
A todos que dela consomem


A poluição nos últimos tempos
Muito tem prejudicado
Embarcações que trafegam pelo rio
Poluir já estão acostumados
Jogam lixos e combustíveis nas águas
E acham que devemos ficar calados

  
O ambiente onde vivo
Precisa ser preservado
Principalmente os rios, de onde
Água para o consumo é retirado
Vamos juntos lutar para que
Nosso território seja respeitado


Precisamos despertar
A nossa atenção
Buscar a cada dia
Mais orientação
Para agirmos contra
Estes gestos de degradação


Muitas pessoas já lutam
Para este lugar preservar
Temos a missão de ajudar
A todos se conscientizar
Assim contribuiremos
Para o planeta melhorar


Os lixos e combustível lançados
Nos rios podemos evitar
As queimas e derrubas
Vamos deixar de praticar
Assim podemos evitar prejuízos
Para este nosso amado lugar


É um compromisso nosso
A preservação ambiental
E manter o tal compromisso
É uma responsabilidade social
Que deve ser repassada
Para todos: isso é crucial


Já falei da tua beleza
Meu amado lugar
Agora chegou a hora
De te apresentar
E tenho muito prazer
De teu nome revelar


Estou falando de um lugar
Chamado Maiauatá
Que no coração a Amazônia
Localizado está
Com uma diversidade enorme
Para se admirar


      (FIM)

CLAMOR PELA AMAZÔNIA


Autoria: (Lene Valente, 02/01/2020)

Desta nossa floresta
Que a nós sempre foi honesta
O que nos resta?


Um solo degradado
Por erosão afetado
E um povo conectado


Uma fauna em aflição
Espécies em extinção
Por pura ambição


As árvores na mata
O homem desmata
Explora e devasta


A dor da queimada
O golpe da derrubada
Ninguém faz nada


Rios poluídos
Leitos agredidos
Por projetos desmedidos


Pessoas adoecendo
Animais morrendo
E o globo aquecendo


Ôh! Amazônia querida
Patrimônio da nossa vida
Como estás tão sofrida!


Vítima e algoz
De uma crueldade feroz
Calando tua voz


Lideranças executadas
Brutalmente assassinadas
E terras legalmente griladas


Meu clamor é por justiça
Por esta terra Mestiça
Onde há tanta cobiça


E no momento presente
Clamo a nossa gente
A fazer uma corrente


Unidos ao grito da terra
Desta floresta que berra
Agredida pela motosserra


Vamos salvar a Amazônia
Das práticas errôneas
Deste governo barganha 
              (FIM)

LENDAS DO MEU LUGAR

Autoria: (Lene Valente, 2014) 

É com grande satisfação
Que aqui vou relatar
Um pouco das histórias
Lendárias do meu lugar
Que por muito tempo mexeu
Com o imaginário popular


Hoje muitas coisas
Os homens modificaram
E essas bonitas histórias
Pra contar ficaram
Gravadas na memória
Daqueles que apreciaram.


Deste lugar eu tenho
Muito o que falar
Foram tantas as histórias
Que eu ouvia contar
E muitas delas
Eu me atrevo a relatar.


Rio Maiauatá
É de quem estou falando
É na cultura lendária de lá
Que já vou mergulhando
E no imaginário Amazônico
Rapidamente vou viajando


Vou começar pela lenda
Da cobra encantada
Que muitas noites foi
Por minha avó contada
E que eu ouvia
E ficava admirada.


A cobra já estava grande
E precisava desencantar
Mas era preciso ter coragem
Para os desafios encarar
Porque se tudo desse errado
Seu encanto ia redobrar


Mas tinha tambem a lenda
Da matinta pereira
Que por lá passava
Toda sexta feira
Com o seu forte assovio
Deixando aquela zuadeira.


E para descobrir a pessoa
Que a matinta vinha ser
Uma cachimbada de tabaco
Era só oferecer
Que no dia seguinte
A revelação vinha acontecer


Muito se falava
Da lenda do lobisomem
Que quando vinha
Sempre estava com fome
A noite era bicho
E de dia voltava a ser homem


Do boto namorador
Eu ouvi muita gente falar
Que a sua preferencia era
As mulheres do lar
Ele deixava o marido sair
E subia pra namorar,


A iara tambem era
Uma moça encantadora
Que seduzia os rapazes
De uma forma dominadora
E muito se comentava
Sobre sua beleza sedutora.


Isto é um pouco
Das lendas do meu lugar
Que por muito tempo fez parte
Da crença popular
E que aos pouco foi se perdendo
E deixada pra lá


Os nossos avós
Até tentaram preservar
Essa cultura lendária
Que hoje não se vê falar
Pois a tecnologia chegou
E roubou o seu lugar
         FIM

quarta-feira, 6 de maio de 2020

MINHA IDENTIDADE

Autoria: (Lene Valente, 2013)

Sou cabocla ribeirinha
Venho das brenhas da mata
Por isso muita gente diz
Que sou estranha e chata
Mas eu sou
Uma pessoa sensata.


Nasci na beira do rio
Meu teto era de palha
Madeira e açaizeiro
O meu chão assolha
A agricultura e a pesca
Sempre foi nossa batalha


Venho das margens
Das águas barrentas
De rios e igarapés
Onde há fontes barulhentas
Das águas lançantes
Das correntezas mormurentas


Sou das entranhas da Amazônia
Adaptada a esta realidade
Com a natureza tenho
Uma relação de cumplicidade
Por isso sou defensora
Da sua diversidade


Sou ribeirinha Tocantina
E destas águas me saciei
Dos frutos desta terra
Tambem me alimentei
E nestes rios e Igarapés
Muitas vezes me banhei.


Nos rebojos e remansos
Destes rios naveguei
Na contra maré e contra vento
Tantas vezes remei
Insistir e resistir as maresias
Mas aqui cheguei.


Foi no brilho desta paisagem
Que eu cresci
Sobre meus traços e imagem
Amei tudo isso aqui
E hoje sou grata a Deus
Por tudo que aqui vivi e aprendi.
              (FIM)

GRATIDÃO AO MEU LUGAR

Autoria: (Lene Valente, 2008).

Meu querido lugar
Tua beleza me encanta
O cantar dos pássaros
Da tristeza me acalanta
E o brotar das flores
Minha vida abrilhanta


As árvores protegem-me
Com sombras maravilhosas
Alimentam-me sempre
Com frutas deliciosas
E o oxigênio que eu inspiro?
Sai das folhas formosas


A lua e as estrelas no céu
Clareiam a noite com sua beleza
Causando-me admiração
Por tanto brilho e riqueza
Por isso fico horas observando
Esta tua bela Natureza


Ao amanhecer
O sol faz brilhar o nosso dia
Iluminando, aquecendo
Transmite-nos energia
E a chuva já se prepara
Para deixar a tarde mais fria


O vento vem e espalha
As nuvens lentamente
Dando lugar ao silencio
Que chega levemente
E quando me deparo
Já é noite novamente


Fico emocionada
Com tanta beleza
E agradeço a Deus
Por sua imensa grandeza
E pela sabedoria de tudo criar
Com toda perfeição e pureza


Nos rios que enchem e vazam
Vejo na correnteza o desaguar
Das mais belas ondas
Onde fico a observar
O som da maresia
Que levemente se põe a zoar


Amo este rio barulhento
Que até nas madrugadas
Não se deixa calar
Com o som das buzinadas
Dos freteiros passando
E nos deixando acordadas


Este é o meu querido
E admirado lugar
Que em meio tantas dificuldades
Ensinou-me a amar
Ensinou-me com dignidade
Coisas boas conquistar


Eis o motivo de tanta gratidão
Para aqui declarar
Toda a minha admiração
Por este amado lugar
Que sempre será lembrado
Por onde eu andar.
        (FIM)