domingo, 9 de março de 2025

MINHA MÃE MINHA ANJA GUARDIÃ

 Autoria: Lene Valente, 2020 (Homenagem a minha mãe Terezinha).

Com gesto de gratidão
E muita felicidade
Aqui venho eu
Cheia de humildade
Dedicar este poema
Com toda fidelidade
 
Àquela que;
Em seu ventre me gerou
E durante nove meses
Sozinha me carregou
E ao me trazer ao mundo
Muito se alegrou
 
Me amou mesmo
Antes de me conhecer
Me acompanhou
Desde o meu nascer
E cuidou de mim
Até eu crescer
 
E mesmo sendo adulta
Continua me protegendo
Mesmo de longe
Está sempre me defendendo
E se no caminho eu desviar
Por mim vai logo intercedendo
 
Aquela que me dá
Asas para voar
Que está sempre incentivando
O meu caminhar
E quando eu tropeço
Ela me ajuda a levantar
 
Se o medo me atormenta
Vens logo me encorajar
Se a tristeza me consome
Chegas pra me revigorar
E quando o desespero me domina
Estais aí pra me acalmar
 
Mãe, minha mãe
Minha anja guardiã
Assim lhe defino
Pois és um ser Cristã
E em simplicidade e empatia
És a campeã
 
Não encontro palavras
Que seja o suficiente
Para expressar o quanto és
Uma mãe eficiente
Por isso a voce mãe
Serei grata eternamente
 
Sim, sou eternamente grata
Por tudo que por mim tens feito
Por sempre está ao meu lado
Apesar dos meus defeitos
Sempre me presenteia
Com tudo que é perfeito
 
Muito obrigada por ser a força
Que de pé nos mantém
Que você continue sendo
Sempre essa pessoa de bem
E viva muitos anos
Por Cristo Nosso Senhor Amém

sábado, 8 de março de 2025

8 DE MARÇO

Autoria: (Lene Valente, (08/03/2025)

Neste 8 de março
Como mulher eu desejo
O fim da violência e
Do preconceito eu almejo
Pois o feminicídio ainda
É uma realidade que vejo
 
Não desejo ganhar
De presente maquiagem
Nem desejo somente
Aquela bonita mensagem
Desejo a valorização
Da nossa imagem
 
Não desejo somente flores
Desejo também  respeito
Que o trabalho feminino
Seja visto com o mesmo efeito
Como é visto o do homem
Pois temos o mesmo direito
 
Desejo que compreendam
O significado desta celebração
8 de março não é
Uma simples comemoração
É dia de luta, de sonhos
E sobretudo de reivindicação
 
Não vamos permitir que
Ninguém venha romantizar
A nossa luta por direito e
Nem venham nos enganar
Com brindes e presentes
Pois queremos protagonizar
 
Na Política e na luta
Na busca pela igualdade
Nosso grito é a força
Que ecoa por liberdade
Que questiona os padrões
Patriarcal desta sociedade
 
O protagonismo é
Nossa jornada e missão
Somos mulheres de coragem
Somos revolução
E não seremos submissas
Seremos decisão
 
Desejo que este dia seja
De fortalecimento para ecoar
O nosso grito por justiça
E as nossas vozes ressoar
No campo ou na cidade
Ninguém vai nos silenciar
 
Feliz dia da mulher
Que sigamos em frente
Sem medo de ser mulher
E a cada dia mais resistente
Sendo a voz que reverbera
E sendo a força que é presente.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

IDENTIDADE DE UM POETA

Autoria: Lene Valente, 27/ 06/ 2020

Com uma mente
Sempre inquieta
Mas com uma atitude
Muito discreta
Assim identifica- se
Um ser poeta
 
Uma voluntária missão
Traz desde o nascer
De ser um observador
Focado em escrever
Basta um fato, uma paisagem...
Não consegue se conter
 
Vai logo rabiscando
Em uma folha de papel
Seja o seu texto
Em prosa ou cordel
Vai logo registrando
De forma carinhosa e fiel
 

ESCOLA DO CAMPO É VIDA

     Autoria: (Lene Valente, 2024).

Quando se fecha uma escola

Fecham- se as possibilidades

Fecham-se os sonhos

De transformar realidades

Fecham-se as esperanças

De novas oportunidades

 

A Escola do Campo é vida

Ninguém pode negar

Ela representa a luta

Do povo do nosso lugar

A escola do campo é afeto

É vínculo é o esperançar

 

É onde os sujeitos estudam

E a comunidade cresce

Melhora a qualidade de vida

E a sustentabilidade acontece

É onde a coletividade dialoga

E a identidade se fortalece

 

Ela é a semente crioula

Que atende todas as gerações

É a sabedoria da classe trabalhadora

Que mantém vivo os mutirões

É a força feminina, onde

Ecoam nossas reivindicações

 

A escola do Campo

É a força do poder popular

Que luta para que

A igualdade venha se efetivar

Assim como a justiça social

Se intensifique em nosso lugar

 

A escola é vida na comunidade

Pois é lugar de formação

De sujeitos com autonomia

Que lutam por transformação

É produtora de conhecimentos

Ela é lugar de organização

 

A escola é a alma da comunidade

Ela é o coração pulsante

Através dela nascem os sujeitos

Reflexivos e pensantes

Que existem resistem

Tornando-se mais atuantes

 

A escola é o ponto de equilíbrio

Da nossa comunidade

É onde os sujeitos se reúnem

Com dialogicidade

Para tratar assuntos

Relacionados a coletividade

 

Não queremos nenhuma

Escola do Campo fechada

Fechar escola é crime

É ter a identidade apagada

É negar o direito de viver

Com condição adequada

 

Fechar escola do Campo

Significado retroceder

É negar o acesso a educação

E o direito de aprender

É dar lugar a criminalidade

E fazer o povo pobre sofrer

 

A escola do campo

É a vida da comunidade

Permitir o seu fechamento

É permitir a atrocidade

De gerar no Campo

Fome e criminalidade

 

A educação do Campo

É direito de todo cidadão

O estado tem o dever

De sua efetivação

E tem que ser de qualidade

Não aceitamos a banalização

 

Não estamos pedindo esmola

Estamos exigindo atenção

Estudar é um direito nosso

Nós não vamos abrir mão

Das escolas do Campo

Para a nossa população

 

Queremos que esse direito

Seja respeitado

Não iremos permitir nenhum

Prédio escolar fechado

Educação do campo

É direito nosso e dever do estado

MULHER RIBEIRINHA

 Autoria: (Lene Valente, 2024). 

Sou das águas e florestas
Sou Amazônia Tocantina
Sou preta sou pobre
Sou mulher campesina
Minha luta é intensa
Por autonomia feminina
 
Sou professora ribeirinha
Sou pescadora sou mulher
Dos contatos com os rios
Sou fã da alta maré
Os remansos inspiram-me
A ir onde eu quiser 
 
Levando as marcas
Da antiga vivência
Da mulher ribeirinha que
Teve ferida sua existência
E ao voltar estudar
Tornou-se Resistência
 
Por ser mulher o meu trabalho
Tentaram invisibilizar
A minha imagem ribeirinha
Tentaram desvalorizar
E a minha voz feminina
Quiseram silenciar
 
O sistema opressor disse
Que eu teria de ser prostituta
Pois, mulher preta e pobre
Tinha que ser puta
E não podiam concorrer vagas
De empregos em disputa
 
E foi na conta maré
Desta tal filosofia
Que me impedia ser
Aquilo que eu pretendia
Deixando-me a margem
E negando-me a autonomia
 
E a Educação do Campo
Veio para se contrapor
Ofereceu oportunidades
A esta filha de agricultor
E da agricultora que pela
Disparidade sofreu tanta dor
 
E na universidade Pública
E gratuita eu ingressei
O racismo e preconceito
Lá também eu enfrentei
E foi a partir daí que
Nesta luta eu entrei
 
A Educação do Campo
Ensinou-me a resistir
Minha luta por afirmação de
Identidade começou a existir
E se não fosse assim
Não teria chegado até aqui
 
Sou mulher ribeirinha
Sou símbolo da resistência
Muitas conquistas alcancei
Por ter a Desobediência
De na contra maré enfrentar
O sistema com Persistência
 
Mas essa luta não acabou
E ainda é preciso resistir
Pois sistema opressor continua
Querendo apagar o nosso existir
Vem com sua nova roupagem
Pra querer nos iludir
 
Nós mulheres precisamos
Pensar e lutar coletivamente
A guerra enfrentada no passado
Esta disfarçada no presente
É o quadro machista e patriarcal
Ainda hoje é evidente

sábado, 19 de novembro de 2022

NÃO À CULTURA DO RACISMO

Autoria: (Lene Valente, 19/ 11/ 2022). 



Se achas superior
E me colocas defeito?
Essa é a minha cor
Esse é o meu jeito
Esse é o meu cabelo
É bom que tenha respeito
 

A única diferença entre nós
É a quantidade da melanina
A minha é em abundância
E a sua, muito pequenina
Por isso a minha pele
Sempre brilha e ilumina
 

É a intensidade deste brilho
Que chama atenção
E que muitas vezes me faz
Ser vítima de descriminação
Somente porquê tenho na pele
Uma brilhante coloração
 

A melanina é a proteína
Que me dá proteção
Protege a minha pele
Dos raios e de sua ação
Por isso tenho orgulho de
Esbanjar essa pigmentação
 

Preta ou negra
Não tenho vergonha de ser
A única vergonha que eu tenho
É da atitude de certo ser
Que condena o ser humano
Sem o conhecer
 

Não é crime ser Preta
Crime é o que você tem feito
Se autoaprisionando
Pelo seu próprio preconceito
Matando seu próprio coração
E alimentando uma pedra no seu peito
 

Não é pecado ser Preta
Pecado é a falta de consciência
Para não aceitar as diversidades
Com toda a sua essência
E não reconhecer que somos iguais
Perante o Dono de toda ciência
 

À cultura do racismo
Eu digo não
Por mim e por tantas pessoas
Que passam por tal situação
E pelos que morreram por ter
Essa linda pigmentação
 

Vocês também
Digam  não a essa cultura
Não queremos mais nenhum preto
Morrendo e sofrendo tortura
Vamos nos dar as mãos
E lutar contra essa loucura
 

segunda-feira, 23 de maio de 2022

PARABÉNS IGARAPÉ-MIRI

( Autoria: Lene Valente, 22/05/2022)

Dos 126 anos de trajetória
Aí está uma linda história
Entranhada na memória
 
Desta nossa gente
Que toda resistente
E de forma contente
 
Comemora com alegria
Por esta categoria
Elevada neste dia
 
À cidade foi elevada
Aquela vila amada
Que também foi colonizada
 
Muitas vezes explorada
Mas na luta não ficou parada
Por uma terra emancipada
 
Vila de Santana
Lugar de gente bacana
Onde a diversidade emana
 
Cidade de Igarapé-Miri
Foi o nome dado a ti
Amada terra do açaí
 
Nosso pequeno caminho
Neste território ribeirinho
Onde de canoa ou de casquinho
 
São compartilhados os saberes
Destes teus humanos seres
Que em meio a tantos afazeres
 
Estão sempre a te homenagear
E através da cultura popular
Vão ás praças e rios te proclamar
 
Parabéns pela bela essência
Por mais um ano de existência
De lutas e resistência
 
Pelos 126 anos de trajetória
Recebe esta dedicatória
Por esta conquista emancipatória
 
Amada Cidade de Igarapé-Miri
Terra do nosso saboroso açaí
Parabéns pra ti